sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Broke Side - Cap 1


1




Levanta cedo, pega uma muda de roupa a qual estava acostumada. Uma bermuda de surfista, um boné virado para frente normal e uma camiseta coladinha no corpo sem estampas e Havaianas nos pés. Pega sua prancha coloca embaixo do braço e passa pela sala de estar em direção a porta apressada.


_Mãe eu vou lá na praia está bem?


_Ta bem meu amor, volte para o almoço!


_Aham.


Vai andando pela calçada quente embaixo do sol forte enquanto via ao outro lado da rua seus amigos todos rindo e brincando entre si fazendo tumulto em uma parte da beira da areia, a casa de sua mãe era enfrente a uma das praias mais lindas da região perfeita, não poderia querer nada melhor nenhuma vida podia ser melhor do que a sua e a maioria das vezes se sentia exatamente assim.


Lia não podia dizer se tinha mais amigas ou amigos, só que foi criada com os “homens” do local, então, podia perceber que educação e delicadeza não eram umas das suas maiores qualidades, e os garotos gostavam disso nela, esse jeito meio louquinha e desligada de tudo, a inocência extrema, o senso de humor, e o jeito carinhoso até ensinavam algumas coisas a ela, a relação entre a amizade deles era de uma afinidade acentuada até perguntas íntimas ela fazia para seu melhor amigo, sim, era um menino... Aquele para todas as fofocas, o que dava o ombro para chorar ou um lugar para dormir quando brigava com os pais, era ele quem dava conselhos, que a ajudava em suas conquistas quando estava apaixonada, que ensinava como agir, que a acompanhava em todas as aventuras durante a madrugada, óbvio já que seus pais confiavam fielmente nele. Nando era aquele no qual Lia confiava de olhos fechados assim como seus pais também confiavam e ela poderia até nem voltar para casa em uma saída se ligasse e dissesse: _ Mas mãe eu estou com o Nando..._ era claro que todo o problema havia sido solucionado com isso, já que sua preocupada e desesperada mãe já se acalmava com essa informação e ela chegaria bem e a salvo com ele independente da hora. Lia sorria ao ver entre os amigos Fernando que já a havia visto ele era astuto e o melhor muito sutil em suas atitudes e apesar de ver não saíra do lugar, e continuavam com a discussão, ela atravessa a rua já entrando no assunto ao ouvir o nome “Diana” e dando um soco nas costas de Fernando que já virou segurando-a pelo punho e revidando, mas a menina também segura e desvia do braço dele quando tenta prende-la pelo pescoço, Liana Albino era seu nome verdadeiro, mas pouquíssimas pessoas sabiam disso, pois a chamavam pelo apelido. Rindo ela finalmente não consegue sair e é presa pelos braços de Nando, eram muito fortes os dois, uma dica? Nunca duvide da força dela, Lia é mais forte que muitos homens só nunca havia ganhado de seu professor né? A lógica era essa o que não a impedia de sempre tentar e gargalhando ela se solta dele indo abraça-lo e aos demais.


_O que a Diana fez agora? _ Os rapazes riram com a pergunta dela por ver a maneira com a qual perguntava pela menina que estava sentada na areia de biquíni e um vestido branco transparente sobre o mesmo, seus cabelos escuros cacheados e longos repousavam nas costas dela que parecia apreciar a paisagem relaxando um pouco. Lia ri ao ver Diana e dando o último aperto de mãos para em um lugar da roda.


_Pow até o momento nada, ela chegou bem cedo ficou ali sentada olhando pro mar deve estar triste ainda. _Era horrível para Lia ver como Diana estava e saber que tinha 90% de culpa nessa tristeza, mas tampouco podia fazer nada já que não se importava com o que havia acontecido, não se importava com sentimentos há muito tempo isso não mudaria agora... Ficou olhando a morena com seus cabelos negros que caiam como véu sobre a areia branca, por uns segundos onde bateu uma leve lembrança da alegria da menina ao vê-la antigamente e de como corria para seus braços abraçando-a tão forte que só faltavam cair era bem engraçado, a amizade das duas acabara de uma forma tão trágica, por mais que não quisesse assumir sabia que sentia falta das conversas e da atenção que recebia dela. _Vamos para a água? Ta lindo o dia hoje! _ É tinha simplesmente ignorado a informação sobre Diana, era melhor para passar a impressão de que era forte e decidida em suas atitudes. Todos foram correndo na frente e entraram na água alguns de seus amigos passavam pela morena jogando uns respingos de água sobre ela que ria ao esconder sua face com as mãos. Logo depois criando coragem pegou sua prancha e também foi, olhou por um breve momento com sua maior cara de má e fingiu não conhece-la, aquilo SIM doeu... Mas era necessário para garantir o sucesso de sua recuperação a distância era ponto crucial de todo o esforço que teve nos últimos meses...


Os garotos a ensinaram a ser fria e não se importar com coisas poucas, que nada melhor que sol, mar e água salgada para acabar com qualquer dor de cabeça, que uma trilha e o contato com a natureza eram uma incrível fonte de energia e os machucados e sangramentos eram orgulho, as marcas de quem é vencedor ou no caso vencedora, que não é preciso mil e uma delicadezas e trejeitos quando se está entre amigos tudo é liberado. E também ensinaram o outro lado que beber é diversão, tanto cerveja quanto cachaças, energéticos qualquer coisa com álcool era bom para libertar tudo que fica guardado e esquecer da vergonha para dizer e fazer o que deseja. Nunca é tarde demais para sair para qualquer lugar e chegar em casa ao amanhecer era normalíssimo. Talvez seja uma forma diferente de vida, ou talvez eles a estragaram... Liberdade era tudo que Lia queria, liberdade para ser e mostrar quem é, pois apesar de ser claramente a coisa louca que é nunca seria capaz de abrir realmente o jogo mesmo que isso estivesse na cara! De todos e para todos.


Depois de passar a tarde no mar e começar a anoitecer todos foram para a casa de Lia um por um tomaram banho e colocou uma roupa qualquer uma bermuda e ela ficou apenas de top com uma bermuda tão folgada e confortável quanto a que seus amigos usavam. A mãe dela chamou todos para a janta já que ninguém havia almoçado, pois não voltaram para casa. Comeram e ficaram a conversar sobre vídeo game, futebol, animes, filmes e problemas pessoais (sentimentais) até que foram embora já umas 21h o que era normal e ficou apenas Fernando e Lia que ainda conversavam no quarto dela provavelmente ele dormiria lá no final das contas e pela manhã iriam a algum lugar antes de Lia pegar no trabalho.


No dia seguinte foi exatamente isso que aconteceu Nando a chamou para acompanha-lo até a casa de uma amiga e depois a menina foi trabalhar seu dia-a-dia era muito corrido e complicado já que passava a maior parte de sua vida na Loja na qual trabalhava, a coisa boa era que as roupas que as vendedoras usavam não era tão assustadoras quanto ela pensava que poderiam ser. era uma blusa de meia manga e calça jeans. Ótimo nada de tão delicado e nem bruto demais! Podia apenas fazer sua trança e jogar o cabelo para trás e quanto à maquiagem a base é suficiente com um brilho já que batom Lia não usava, brincos nem pensar... Nem tinha a orelha furada! Como os usaria? Esses meses em que deixara de falar com Diana foram bem difíceis muitas coisas aconteceram ao mesmo tempo o que aumentava a saudade do apoio que costumava receber dela.


Lia estava no caixa terminando de atender uma cliente quando entra na Loja Flávia uma amiga dela e também de Diana as duas haviam se apegado demais depois que pararam de se falar e sempre que podia para matar as saudades Flávia ia até “Aquata” a loja em que Lia trabalha para conversarem um pouco elas se misturavam nas roupas enquanto conversavam era como pensava poder enrolar um pouco. _Flá como você está safada? Sumiu!


_ Poxa desculpa, trabalhando agora aí já viu...E ainda tem o Gustavo meu namorado novo ( seus olhos brilhavam )
_ (Fazendo uma cara de espanto ) Você esqueceu o Natham ? Já era hora aquela porra é louca!


_ Ah tão louco quanto você Lia! ( e Flávia a abraça beijando sua face )


_ OWN minha coisa pequena! Tem visto a Diana?


_ Aham, quase sempre saímos...


_ E... Ela está bem? Vi o convite que ela deixou em seu orkut para o aniversário dela... Nem me chamou... Eu teria ido...


_ Lia... ( Flávia fala isso com a voz doce e preocupada vira no rosto da menina como havia ficado triste com isso ) Você ficou triste não é?


_ Ela não precisava ter se afastado assim de mim... Se me chamasse é lógico que eu ia.


_ Talvez ela tenha pensado que você trabalharia na data! Pode ser isso eu não sei...


_ Tudo bem, eu não ligo... Ah eu terminei com a Natasha.


_ Estava namorando ela não é?


_ Aham mas terminei não deu certo eu não estou com cabeça para isso nesse momento.


_ (Flávia beija a testa da amiga) Não pense nisso agora só resta a você respirar fundo e esclarecer o seu coração. O que realmente importa para ti? Lute por isso...


Isso a-fez pensar e ficar calada por um tempo já que depois de dizer isso a amiga fora embora e o resto do dia tentou se distrair rindo e brincando com as meninas da Loja no mais sério dos casos saia com os “Irmãos” a noite e bebia até não controlar suas atitudes. Por mais que lembrasse de tudo que fez evitar que é bom não fora capaz... Engraçados os momentos tudo inédito e umas verdades reveladas que deixavam os demais ababacados! Para uma menina que nem dançar sabia direito, dançou funk até o chão e rebolou até deixar os amigos loucos e sem saber que ela era capaz disso... depois de zoar tanto e abandonar os sentimentos para trás apenas pode levar adiante as coisas mas sempre batia a saudade e uns meses depois isso chegava perto do seu limite precisava vê-la, abraça-la, desculpar pelas merdas que havia feito _Que droga eu ainda a-amo, mas nunca poderemos ficar juntas aquele jeitinho de paty e todas as frescuras eu odeio isso. Me irrita demais os chiliques dela só que por outro ponto de vista faz falta toda aquela frescura a delicadeza os carinhos e o jeito que meu coração se sentia perto dela... Preciso de ajuda...


Lia dizia isso para seu irmão Matheus


_Tudo bem, mas em que podemos ajudar?


_Preciso vê-la, mas tenho medo de levar um fora você pode chama-la para mim? Convida para irmos ao cinema.


_Não posso Lia eu nem a-conheço talvez o Carlos ligue para ela.


_Verdade... pedirei a ele...


A menina liga para Carlos e descobre que ele estava sem internet e sem telefone,ou seja ,não dava para chama-la e ainda aconselhou que criasse coragem para chamar Diana.


_ Ta bem já era não vou chamar ela, levarei um Fora com que cara vou pedir que venha ao cinema me ver? Se eu mesma disse outra vez que não queria que viesse mais aqui?


_ Tem que tentar...


_ Ain... Não é tão simples assim Matheus...


_ Eu sei Lia, mas se nada for feito a bola de neve vai crescer até cair encima de nós todos. E ainda irá perde-la de uma vez por todas...


_ Ta... _ a menina pega o celular e manda a seguinte mensagem “Fazes o que na quarta-feira?” E depois fica esperando a resposta de Diana que demorara o dia inteiro para responder, era agonizante achar que ela não a- queria mais por mais que demonstrasse não se importar a constante freqüência na qual tocava no nome da jovem era uma das provas de que ainda restara um pouquinho ou muito daquele amor antes dito. Ainda tinha uma chance de concertar tudo isso... Pelomenos era o que Diana mais esperava.







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