quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Broke Side – Cap 38

38

O homem com cabelos loiros longos que caiam sobre a testa e olhos amendoados andava concentrado escondendo-se entre as paredes do hospital tão atento que era improvável deixar escapar algum detalhe. Olhava em cada canto, não podia deixar que ninguém mais os visse como aquela senhora havia visto pela manhã quando Débora derrubara os copos no corredor e logo depois obrigando-os a se esconder as pressas no armário de uniformes. Ela ficara nervosa ao lembrar daquela cena que mesmo de um passado distante parecia tão viva agora que tinha que revivê-la. Sua mão pequena passou pela barriga de Leonardo buscando abrigo no calor dos seus braços e sem pensar ele a acolheu entre as suas dando um beijo rápido na testa da menina atrás de si, parecia determinada. Tinha um olhar marcante, usava um vestido rosa claro até os joelhos com estampas floridas e um cinto marcando a cintura, o rapaz por sua vez usava calça jens surrada, sapatos pretos e uma camisa preta aberta uns três botões o suficiente para mostrar um cordão fino de ouro com um pingente com a forma de cruz que usava sempre.

_ Tente não derrubar nada dessa vez Debby.
_ Sinto muito, eu não pude me conter... Esse lugar me traz uma sensação ruim.
_ É o medo, mas estamos aqui para isso, para enfrentar nosso medo.Não vamos deixar que aconteça novamente!
_ Não pode acontecer está tudo tão bem dessa vez. Porque tem sempre que ter um para atrapalhar?

Ele riu enquanto apertava a mãozinha dela entre as suas. Estavam parados no corredor que cruzava direto para o quarto 520, Debby olhava para a porta entreaberta melancolicamente. A determinação se misturava com o medo, afundou o rosto nas costas de Leonardo suspirando de alívio por saber que a presença dele podia tranquiliza-la.

_ Ora, a vida seria muito chata sem desafios.
_ Diz isso porque agora podemos estar juntos mas não estaremos mais se deixar-mos aquela vaca me matar.
_ Ela não vai fazer isso, estamos aqui para mudar isso.

Leonardo virou-se para Débora segurando seu rosto entre as mãos e beijou seus lábios transmitindo todo amor que sentia.

_ Vá, vou esperar aqui.
_ Debby... Cuidado com aquela Senhora.
_ Sim, ela é bem esperta.

A sensação de entrar naquele mesmo lugar e ver Diana tão pálida era horrível, dava a sensação de vazio que a muito não sentia. O fato era que por algum motivo sem compreenção naquela noite um desastre aconteceria e tinha que evitar isso de alguma forma. Alguns minutos se passaram, ao longe ouvia os passos de Bruna que ia de quarto em quarto observar os pacientes e verificar como estavam passando a noite. O mínimo descuido foi suficiente para que aquele mulher entrasse ás escondidas no hospital e encontrasse o quarto de Diana, seus passos eram quase inaudíveis apenas reconhecia porque era justamente a quem estava esperando. Ela entrou no quarto no momento em que a enfermeira não estava e todos os pacientes dormiam, Leo escondeu-se em um pulo o escuro da noite ajudava a passar despercebido entre as sombas abaixo da cama, foi tudo muito rápido em segundos podia ver os pés com salto agulha preto se aproximar da cama. Leo tinha que descobrir quem fizera isso, porque alguém iria desejar que essa criança não nascesse e ainda mais querer a morte de Diana ele sabia que já não podia respirar quando viu em relance a mão da menina pendurada para fora dos lençóis, se debatia buscando ajuda mas a voz não saia. A vontade que tinha era de sair correndo agarrar o pescoço daquela mulher e fazê-la pagar pelo que estava acontecendo com sua Diana mas não podia esperou que a mulher saisse e as pressas colocou novamente o tubo no lugar. Aquela menina estava apavorada seus olhos se abriram apavorados quando sentiram o ar voltar como desesperado a seus pulmões, os olhos esbugalhados de medo, as mãos movendo-se na direção de Léo como se soubesse que ele a-havia salvado da morte. Ela sabia, aquele sorriso meigo era a prova ele ainda sentia raiva pelo que tinha presenciado ainda não sabia quem havia feito isso mas Debby saberia ela estava lá fora vigiando. Ele passava a mão pelos cabelos da menina, acalmando-a essa sensação era única. Estar ao lado dela sabendo que havia evitado a dor que Seu “eu” do passado sentiria, agora não seria mais necessário.

_ Descanse, tudo vai ficar bem agora.

Dih olhava para aquele rapaz a sua frente confusa, aqueles olhos, o jeito que o cabelo caia sobre o rosto, o sorriso tudo era tão parecido. Mas era impossível, ela só podia estar delirando.

_ Quem é você ?

_ Não se preocupe com essa parte, sou alguém que te ama muito.

Isso era tão estranho, não podia estar falando sério, ele se parecia tanto com Liana, os traços do rosto que deixava uma forma angelical, os cílios grandes o brilho os olhos amendoados. Com uma diferença, ele era um Homem!

_ Você... É... Eu só posso estar sonhando.

Leo deu um piscadela para a menina, ele estava apenas confirmando suas especulações é obviu que não estava ficando maluca era exatamente isso. Ele ERA a Liana, só que o passado dela.

_ Como me encontrou?

_ Sempre vamos nos encontrar Diana, tenho que ir. Durma, amanhã será um longo dia!

Antes que perdesse a noção do tempo Léo virou as costas em direção a porta, deu um suspiro voltando a concentração. Parecia até pecado deixá-la tão indefeza naquela cama sozinha mas tinha que ir antes que Bruna voltasse, seu coração doía por deixá-la. Era incrível como podia se apaixonar de novo por ela tão facilmente, mas sabia que pela manhã ele viria para vê-la e estaria ao seu lado... E então, tudo estaria bem. Diana estendeu a mão na direção do rapaz que saia como se pudesse detê-lo, mas apenas lhe fez uma pergunta...

_ Como se chama? ( Leo virou-se sorrindo contendo-se em apenas responder )
_ Leonardo... É engraçado, que eu tenha vindo como uma garota... ( O comentário parecia ser mais pessoal do que uma pergunta. Mesmo assim Diana retribuiu o olhar doce com o mesmo sorriso, aquele que Leo tanto amava e o-fazia se perder no tempo ).

_ A vida não teria graça sem desafios.
_ Você cresceu tanto... Me deixou orgulhoso!

Aquilo bastou, não precisava ser dito mais nenhuma palavra. Ao sair Leonardo esboçava um sorriso bobo quando viu Debby saltitante correr para seus braços e mais uma vez sentiu seu coração bater forte pulando contra o peito, beijou-a profundamente. Estava tudo acabado, tirando uma parte... Ela havia fugido e poderia causar mais problemas pela frente.

_ Acho que fizemos uma besteira.
_ Porque diz isso?
_ Amor, aquela mulher... Ela fugiu. Eu não tive escolha, ou a capturava ou salvava sua vida. Não podia correr o risco de perder você!

Debora sorria ainda mais ao envolver os braços sobre o pescoço do amado, ela mesma havia cuidado daquela mulher.

_ Quer dizer, ela? ( Apontou para um espaço no canto entre o bebedouro e a planta que enfeitava o corredor e alí estava... A madrasta de Diana, mulher de seu pai toda amarrada e amordaçada sentada no chão debatendo-se desesperadamente ) Eu cuidei pessoalmente da Jararaca.

_ Tenho muita sorte em ter você comigo! Sabia?
_ Eu sei disso.
_ Convencida, acho que lhe ensinei coisas demais até. O que faremos com ela agora?
_ Chamamos a polícia ela vai presa e final feliz para todo mundo. Acha que... Ela contará a alguém sobre você? ( Debby se referia a si mesma, era estranho tentar imaginar suas próprias reações )
_ Não, vai ficar tudo bem. Ela entendeu o recado!

Débora confirmou com a cabeça recebendo mais um beijo delicado de Leo sobre os lábios. Estavam tão destraidos que não perceberam que a Senhora Marim estava observando de sua cadeira, se aproximou empurrando as rodas na direção do casal sorridente. Era de se esperar que se assustassem, Debby deu um pulo ao ver a Senhora ao lado deles como se houvesse surgido do nada.

_ Então já irão voltar? ( Leo fez que sim com a cabeça )
_ Sim, está na hora.
_ Fizeram um ótimo trabalho, mas é perigoso alterar o tempo. Podia ter causado uma confusão terrível e até acabado com suas futuras existências.
_ Eu sei disso, mas não podia deixar que tudo acabasse dessa forma.
_ Agradeçam pelo sucesso a Deus! Agora voltem, a passagem não ficará aberta para sempre!
_ Obrigada mestra. ( Debby deu um beijo carinhoso sobre a bochecha de Marim seguida por Leonardo )
_ Chega dessa melação, também os-amo tem apenas 30 minutos.
_ E essa daí?
_ Sua ideia é ótima, joguem-a na porta principal eu vou ligar para a polícia. Uma denúncia anônima, deixem a porta da entrada quebrada antes de sairem... Isso vai alertar as enfermeiras de plantão.
_ Boa Sorte Marim.
_ Boa Sorte Mestra!
Os jovens sairam correndo para obedecer as ordens de Marim e logo após voltariam para seu determinado tempo, essa Senhora não era uma simples velinha, era uma sábia... No tempo de Léo e Debby ela tinha poder sobre magias e espiritismo e proporcionou-os uma única chance de voltarem para mudar o final dessa história. E aceitaram de primeira, tinham que lutar por seu amor... Lutar para impedir que mais uma vez todos os sacrifícios fossem jogados fora.
O som dos vidros quebrados assustou a todos, sairam correndo para chamar ajuda e logo haviam carros de polícia por todos os lados na frente do hospital, do seu quarto Diana já imaginava que isso teria algo haver com o que tinha acontecido na noite anterior. Era Leo ele devia ter pego a pessoa que tentou matá-la, ainda podia lembrar do rosto de Leo preocupado acariciando o dela. Era o mesmo toque, a mesma sensação. Não fazia a menor ideia de como isso podia ter acontecido, mas será que tudo tem mesmo que ter uma explicação? Nesse momento não. Podia conviver com essa dúvida, talvez um anjo tenha salvado ela... Um anjo do passado! Sua Liana, sempre a salvaria. O alvoroço essa total pessoas correndo de um lado para o outro investigando local, policiais faziam perguntas sem sentindo para as enfermeiras que nada haviam visto. As câmeras estavam queimadas, não sabe-se como. No fim das contas concluiram que a denúncia estava certa. Aquela mulher amordaçada havia planejado uma invazão ao hospital para roubar medicamentos e havia sido pega por um cidadão e deixada enfrente ao hospítal como um prato à mesa para ser levada a delegacia. Aos poucos foram deixando o lugar, tanto os curiosos quanto os investigadores da polícia.

O dia amanheceu atordoado, Lia levantou-se da cama com o barulho da televisão ligada passando uma notícia que de início não prestou atenção. Sua mãe eufórica começou a gritar levantando da cadeira e correndo para o quarto de Lia largando a TV na sala ligada. A porta foi aberta com força fazendo um barrulho enorme ao bater na parede, o susto que levou foi o bastante para derrubá-la da cama diretamente encima do tapete azul-marinho que cobria o quarto, sua cabeça bateu firme no chão.

_ Não, não, não pode ter acontecido isso! ( A mãe de Lia gritava eufórica ao abrir a porta )
_ O que houve mãe ? Vai me matar do coração... ( Sentou-se passando a mão sobre os cabelos onde havia machucado. Olhava para sua mãe como se não estivesse entendendo nada. )
_ O hospital onde a Diana está... Foi invadido ontem a noite, prenderam uma das comandantes da quadrilha mas os outros integrantes conseguiram escapar.
_ Invadido ?

A única coisa que passava na cabeça da menina sentada ao chão era o medo. Não conseguia falar, nem se mover, estava branca como papel seus olhos fixos no de sua mãe expressavam a preocupação contidos.

_ Temos que ir até lá. AGORA!
_ Diana está bem?
_ A lider da quadrilha que foi presa é a mulher de seu pai ela invadiu o hospital ontem a noite. Temos que ver a minha menina!
_ O QUE ?

Em poucos segundos Liana estava de pé arrumada e pronta. Foi correndo para o hospital junto com sua mãe, nem ao menos teve tempo de avisar aos amigos dela. Só queria estar ao lado de Diana, saber se aquela jararaca havia feito alguma maldade a ela e NUNCA, NUNCA mais sair de perto de Dih nem que o mundo estivesse acabando. O hospital estava abarrotado de familiares dos pacientes que passaram mal e foram transferidos para outro lugar por causa do ocorrido, o som de ambulâncias e muitos carros de um lado para o outro fazendo as transferências e as enfermeiras unidas na entrada acalmando os familiares.

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